Num dispositivo cénico que separa os corpos, o espectáculo convoca – diz-nos Né Barros– “imagens e zonas de conflito e resistência”, no qual o som e a voz parecem ser o único veículo capaz de passar “mensagens de amor ou ódio, resiliência ou desistência”.
Este projeto coloca-se na zona de exploração do corpo e das identidades muitas vezes fixadas noção de raça e de marca territorial. Num momento particularmente crítico no que respeita às questões migratórias, o corpo retoma uma nova importância de ser pensado numa valência transversal e sem fronteiras. A pesquisa irá focar-se nos “muros” enquanto formas visíveis e invisíveis, virtuais e materiais de modo a questionar as deslocações do familiar, da zona entre privado e público, do íntimo, do periférico, do efémero e do intempestivo na contemporaneidade. Migrantes, deslocados, refugiados, exilados constituem figuras em relação a um espaço sedentário onde são marcados os territórios de reconhecimento do mesmo e de rejeição do estranho.
Partindo de uma zona de conflito actual, este projecto reencontra as temáticas sobre as cartografias, as paisagens do humano, a Imagem, que têm caracterizado os meus trabalhos – Né Barros