Um gesto de interrupção, um gesto que é quase impossível nos tempos que correm: requer parar para pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais devagar, e escutar mais devagar; parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes, suspender a opinião, suspender o juízo, suspender a vontade, suspender o automatismo da ação, cultivar a atenção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender a lentidão, escutar os outros, cultivar a arte do encontro, calar muito, ter paciência e dar-se tempo e espaço.
Neste cenário, o discurso da autonomia da arte abre espaço para questionar as contradições da sociedade e dar espaço às provocações de uma mudança social. Percorrer um pensamento desobediente, ser livre para questionar, imaginar novas cartografias artísticas e participar na mudança e redistribuição do sensível.
Conceção e Direção: Elisabete Magalhães
Interpretação: Alunos do 1º ano dança. Balleteatro
Local: Teatro Campo Alegre