O que é uma revolução? Quais as revoluções pelas quais estamos à espera?
Num ano em que se comemoram 50 anos do maio de 68, parece oportuno o momento para pensar sobre esta e outras revoluções. Interessa-nos essa manifestação popular que se tornou étnica, cultural, geracional e social, de barreiras sociais, mas sobretudo o que leva às revoluções e o que as faz mover. Na sua escalada, as revoluções produzem um efeito de expansão que pode ter proporções gigantescas, podem também tratar-se de mudanças profundas e íntimas, mudanças invisíveis, podem produzir desilusões, podem ser aberturas como fechamentos. Para o nosso projeto as referências históricas estão de algum modo presentes, mas o que nos interessa trabalhar na noção de revolução é sobretudo o tipo de movimento que vai das utopias às distopias, da contensão à distensão, ou do gesto transformador. Mais ou menos radical, enquanto movimento de mudança as revoluções são atos que fraturam e rompem de forma que já nada será como dantes. Segundo Marcuse, a Arte é revolucionária, mas não no sentido de uma arte de propaganda ou de relação direta com uma realidade social ou politica. A arte é revolucionária porque transporta verdades transhistóricas e nesta autonomia com as relações sociais, a arte rompe com consciência dominante e revoluciona a experiência.
Numa estreita colaboração, este projeto conta com a Digitópia, da Casa da Música, e os Häarvol, coletivo artístico. Num projeto de cruzamento disciplinar entre coreografia, instalação, imagem e música, são criados dispositivos para um corpo em revolta enquanto se abrem imaginários que nos permitam viver as revoluções e as suas multiplicidades.
Direção: Né Barros
Colaboração: Coletivo Häarvol
Música: Digitópia (Casa da Música)
Desenho de Luz: José Álvaro Correia
Intérpretes: Elisabete Magalhães, Jeremy, José Meireles, Júlio Cerdeira, Sónia Cunha, Vicente Branco
Coprodução: Teatro Municipal do Porto, Balleteatro
Duração: 1h